Um dos alvos do ataque hacker que causou prejuízo bilionário a pelo menos seis instituições financeiras, o banco BMP afirma ter conseguido recuperar a quantia de R$ 18,7 milhões do total de R$ 541 milhões que foram desviados por meio de 166 transações feitas por Pix na madrugada do dia 30 de junho.
O banco detalhou a ação dos criminosos em um pedido de investigação e de bloqueio de bens feito à Justiça paulista, e apontou os nomes de 29 empresas e de ao menos 79 pessoas físicas que teriam sido destinatárias do dinheiro desviado.
A ação começou às 2h03 do dia 30 de junho e o último Pix tirando dinheiro do BMP foi registrado às 7h04, segundo o banco. Somente a empresa Soffy Soluções de Pagamentos, suspeita de ser de fachada, recebeu R$ 270,9 milhões em 69 transações. Ela é alvo de diversas denúncias de fraude.
“Após reiteradas e infrutíferas tentativas de reaver o expressivo montante ilicitamente desviado de seu patrimônio, a peticionária [BMP], valendo-se de sua robusta estrutura de compliance, bem como de avançados mecanismos de rastreamento cibernético, logrou identificar a segunda camada correspondente ao destino do numerário subtraído, correspondente ao valor de R$ 522.330.849,70”, diz o documento.
A ação é considerada pela Polícia Civil de São Paulo o maior ataque hacker da história no país e ocorreu por meio da C&M Software, prestadora de serviços de tecnologia para instituições provedoras de contas transacionais.
Dois dias após o ataque, João Nazareno Roque, de 48 anos, funcionário de TI da C&M, foi preso pela Polícia Civil paulista, suspeito de ter contribuído para o ataque, ao permitir que hackers usassem suas senhas de acesso ao sistema. Para isso, segundo as investigações, ele teria recebido R$ 15 mildos criminosos.
Fonte: Metrópoles