Patamar supera o teto da meta definido pelo governo para este ano, que é de até 4,75%. Números foram divulgados pelo Banco Central.
Os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação deste ano, de 5,98% para 6,01%. Foi a terceira alta seguida no indicador.
A informação consta do relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central. Foram ouvidas mais de 100 instituições financeiras na semana passada sobre as projeções para a economia.
Estimativa do mercado para a inflação de 2023
09/12/202216/12/202223/12/202230/12/202206/01/202313/01/202320/01/202327/01/202303/02/202310/02/202317/02/202324/02/202303/03/202310/03/202317/03/202324/03/202331/03/202306/04/202314/04/2023565,255,55,756,25
06/01/2023
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Fonte: Banco Central
Para este ano, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Se confirmado, esse será o terceiro ano seguido de estouro da meta de inflação, ou seja, no qual o IPCA fica acima do teto fixado pelo sistema de metas. Em 2022, a inflação somou 5,79%.
Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso, porque os preços dos produtos aumentam sem que o salário acompanhe esse crescimento.
Para 2024, a projeção de inflação do mercado financeiro subiu de 4,14% para 4,18% na semana passada.
A meta de inflação do próximo ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a inflação, o BC já está mirando, neste momento, na meta do ano que vem. Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
PIB
Para o crescimento Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, a expectativa do mercado financeiro recuou de 0,91% para 0,90% na última semana.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.
Já para 2024, a previsão de crescimento caiu de 1,44% para 1,40%.
No começo de março, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB avançou 2,9% em 2022, contra uma alta de 5% no ano anterior.
Na última semana, o Ministério da Fazenda estimou uma expansão do PIB de 1,61% para 2023 e de 2,34% para o próximo ano.
Taxa de juros
O mercado financeiro reduziu a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 12,75% para 12,50% ao ano para o fim de 2023. Atualmente, a taxa Selic já está em 13,75% ao ano.
Para o fim de 2024, a projeção do mercado para o juro básico da economia ficou estável, em 10% ao ano.
Outras estimativas
Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:
Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2023 caiu de R$ 5,25 para R$ 5,24. Para o fim de 2024, caiu de R$ 5,27 para R$ 5,26.
Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção subiu US$ 55 bilhões para US$ 55,5 bilhões de superávit em 2023. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo recuou em US$ 52,4 bilhões para US$ 52,3 bilhões.
Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano permaneceu em US$ 80 bilhões de ingresso. Para 2024, a estimativa de ingresso continuou também em US$ 80 bilhões.
Fonte: G1