O pior da inflação no Brasil já passou, afirma presidente do Banco Central

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Campos Neto ainda afirmou que inflação brasileira está dentro da média histórica em relação a países desenvolvidos

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira que “o pior da inflação no Brasil já passou” e que “grande parte do trabalho já foi feito”, em referência ao aperto monetário. A avaliação foi feita durante o X Fórum Jurídico de Lisboa, em Portugal.

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“A gente ainda tem no Brasil um componente de aceleração [de inflação]. Os últimos dois números foram, pela primeira vez, dentro da expectativa, a gente acha que o pior da inflação no Brasil já passou. A gente tem algumas medidas sendo desenhadas pelo governo, que a gente precisa entender qual vai ser o efeito disso no processo inflacionário, ainda não está claro”, disse.

“Mas é importante dizer que o Brasil fez o processo antecipado, acreditamos que a nossa ferramenta é capaz de frear o processo inflacionário e vai frear. A gente acha que grande parte do trabalho já foi feito”, complementou.

Brasil está na média

Campos Neto també afirmou que a inflação brasileira sempre ficou acima de países desenvolvidos e que atualmente está dentro da média histórica dos últimos 20 anos.

Em apresentação no X Fórum Jurídico de Lisboa, em Portugal, Campos mostrou um gráfico com a diferença da inflação brasileira em relação à média do mundo desenvolvido.

“O Brasil quase sempre trabalhou com uma média de inflação acima do mundo desenvolvido [nos últimos 20 anos]. Ao contrário do processo inflacionário de 2013, 2014 e 2015, quando a inflação do Brasil cresceu muito acima da média mundial, essa nossa inflação está até relativamente abaixo da mediana histórica”, disse.

“Essa inflação tem um componente global forte e mostra que o Brasil está na média do que sempre esteve nos últimos 20 anos”, avaliou. “É óbvio que temos que combater a inflação, não vamos olhar para o que está acontecendo fora e usar isso como qualquer tipo de desculpa, mas é importante conhecer os componentes”, complementou.

Campos comentou ainda sobre um estudo global que mostra que as empresas aumentaram salários e benefícios de funcionários. “Tem um tema importante para inflação, se vai ser persistente ou não, que é se eu estou indexando salários ou não. A gente começa a ver esse processo, não estamos vendo isso no Brasil ainda, mas vemos uma contaminação grande em salários [no mundo]”, ressaltou.

Crescimento

Campos Neto ainda afirmou que Brasil é um dos poucos países com revisão de crescimento econômico para cima. Ele destacou que recentemente a autoridade monetária elevou de 1% para 1,7% a projeção de elevação do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.

“O Brasil está tendo revisão de crescimento para cima, revisão de desemprego para baixo e de crédito para cima, por que está acontecendo isso? Em parte, porque começamos a fazer o trabalho do começo, em parte porque os números fiscais de curto prazo estão vindo melhores, em parte porque estamos conseguindo comunicar de certa forma as ações que estão sendo feitas de estímulo a crédito. Então vemos um saldo de crédito bastante razoável, mas com inadimplência ainda bastante baixa”, analisou.

Sobre a melhora fiscal, ele disse que “obviamente tem uma parte que é inflação, parte foi o congelamento do funcionalismo público, mas tem um grande pedaço que é o governo deixando de gastar e nisso o teto teve um papel fundamental”.

Fonte: Valor Investe

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